Parte 6 - Riscos e Garantias no Mercado Monetário

📌 Parte 6 - Riscos e Garantias no Mercado Monetário

6.1 Riscos Envolvidos nas Operações

Apesar de ser um mercado de baixo risco devido ao perfil dos participantes e à natureza dos instrumentos negociados, o mercado monetário não está isento de riscos.

Principais riscos:

➤ Risco de Crédito:

É a possibilidade de que uma das partes não honre seus compromissos financeiros.

Exemplo:
Um banco que empresta recursos via depósito interfinanceiro pode não receber o pagamento, caso a contraparte enfrente problemas financeiros.

Este risco é mitigado pelo alto grau de regulação e fiscalização do sistema financeiro.


➤ Risco de Liquidez:

Ocorre quando uma instituição não consegue converter ativos em caixa rapidamente, sem prejuízo.

Exemplo:
Uma instituição que precise de recursos imediatos, mas encontra falta de compradores para seus títulos.

A atuação do Bacen como emprestador de última instância reduz esse risco.


➤ Risco Operacional:

Relaciona-se a falhas nos sistemas, erros humanos ou fraudes que podem comprometer o bom andamento das operações.

Exemplo:
Problemas em sistemas de compensação ou liquidação podem gerar atrasos ou perdas.

Sistemas robustos, como o SPB, visam minimizar esse risco.


➤ Risco Sistêmico:

É o risco de que a falência de uma instituição ou um choque econômico se propague, afetando todo o sistema financeiro.

Exemplo:
Crise bancária, onde a insolvência de um grande banco contamina os demais.

A regulação prudencial e os mecanismos de supervisão do Bacen são essenciais para reduzir esse risco.


6.2 Garantias e Mecanismos de Mitigação

Para reduzir e administrar os riscos, o mercado monetário adota diversos mecanismos de segurança, tais como:

Garantias:

Nas operações compromissadas, por exemplo, os títulos públicos funcionam como garantia (colateral).

Exemplo:
Um banco vende um título público ao Bacen com compromisso de recompra, garantindo a operação.


Sistema de Custódia:

Todos os títulos utilizados nas operações do mercado monetário estão registrados e custodiados em sistemas oficiais, como o Selic, que asseguram:

  • Propriedade dos ativos;

  • Rastreabilidade das operações;

  • Segurança jurídica.


Fundo Garantidor de Créditos (FGC):

Instrumento que protege depositantes e investidores em determinadas operações, como o CDB, até o limite de R$ 250 mil por CPF/CNPJ, por instituição.

⚠️ Importante:
O FGC não cobre operações interfinanceiras entre instituições.


Regulação e Supervisão:

O mercado monetário é altamente regulado por normas do:

  • Conselho Monetário Nacional (CMN);

  • Banco Central do Brasil (Bacen).

Exemplo:
Normas que disciplinam os limites de exposição de crédito e regras de liquidez.


Acesso ao Redesconto:

O Bacen oferece, em caráter de emergência, operações de redesconto para instituições que enfrentem dificuldades momentâneas de liquidez.

Condição:
Comprovação da solidez patrimonial da instituição.


Assim, o mercado monetário brasileiro possui um robusto arcabouço de garantias e mitigadores de riscos, sendo considerado seguro e eficiente.



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